O texto abaixo foi escrito em 1997, quando fazia apenas 02 anos que eu atuava no Tratamento da Halitose.
Dr. Maurício Duarte da Conceição
Tratamento de halitose – uma visão holística
Tenho uma motivação muito pessoal, que me levou a olhar para o paciente de uma forma global, holística. Quando eu estava com os meus vinte anos comecei a somatizar uma série de doenças. Todos os médicos pelos quais eu passava olhavam apenas para a doença e me medicavam (isso aconteceu durante dois anos), até o momento em que fui examinado por uma médica que teve uma conduta muito profissional e humana.
Ela desmarcou todos os pacientes que viriam depois (e eu nem pagava consulta, pois meu pai era médico), e, após 02 horas, ela diagnosticou que eu estava sofrendo de stress físico profundo, mandando-me parar com todos os medicamentos, fazer natação cinco vezes por semana e, na primeira oportunidade, fazer psicoterapia.
De lá para cá não parei mais de aprender sobre o stress, sobre mim mesmo e sobre a vida, porém isso gerou-me um grande problema em minha profissão, a odontologia.
Eu queria olhar muito mais do que apenas para uma boca. Há alguns anos, quando eu me deparei com o estudo e tratamento da halitose, foi uma satisfação muito grande poder trabalhar olhando para o ser humano como um todo, o que é indispensável, pois existem muitas interligações entre os sintomas e suas diferentes causas. Daí então surgiu uma grande motivação, pois essa abordagem holística é muito interessante.
A palavra holismo tem sido muito usada atualmente. Existem pessoas que não sabem o que ela significa ou que a utilizam de maneira errônea, e ainda há outras que têm até um certo preconceito contra essa palavra. Na verdade, o termo holístico vem do grego – holos – que significa todo, inteiro. Na área de saúde, um tratamento com uma visão holística seria considerar o ser humano como um todo: corpo, mente, emoções, pensamentos, sentimentos, tudo interligado e não fragmentado.
No tratamento de halitose, por existirem mais de 50 causas e pelo fator emocional ter uma grande importância na ocorrência de diversos sintomas, nós temos que olhar para o paciente como um todo. Devemos investigar a parte emocional, as diversas áreas do organismo, pois sabemos que a maneira como as pessoas pensam e agem acaba afetando seu organismo, e a maneira como trata o seu corpo acaba afetando a área emocional, por exemplo.
Uma pessoa que não se exercita regularmente pode acabar tendo um acúmulo maior de emoções, por vezes difíceis de lidar como raiva, ansiedade, ódio, mágoa, etc. Hoje se sabe que a retenção dessas emoções pode gerar uma queda no sistema imunológico, deixando o organismo vulnerável a inúmeras doenças.
Aparecem o stress e a depressão gerando como conseqüência inúmeros sintomas.
Especificamente na área de halitose ocorre freqüentemente a diminuição da produção de saliva (xerostomia), o que propicia a formação da saburra lingual, que é uma das maiores vilãs do mau- hálito.
Este é um exemplo do motivo pelo qual encaramos os nossos paciente como um todo e procuramos conduzir nossa consulta dessa forma holística, pois sabemos que tudo está intimamente ligado.
Durante nossa consulta, mesmo que apareçam desequilíbrios que não estejam relacionados diretamente com a halitose, nós sempre encaminhamos o paciente ao especialista correspondente. Se tivermos dúvidas, pediremos exames de laboratório para poder oferecer ao paciente o que há de melhor em medicina preventiva, como profissional da área de saúde.
É impossível equilibrar a saúde sem uma observação global. A medicina e a odontologia preventiva têm um papel preponderante. Nós sabemos que a melhor maneira de não adoecer é trabalhar preventivamente. Acreditamos que exercícios físicos regulares, uma dieta alimentar equilibrada e uma série de hábitos saudáveis fazem com que a pessoa fique com uma proteção muito grande contra toda e qualquer doença. Sempre damos uma orientação nesse sentido, porque o que faz bem para um sistema ou parte do organismo, faz bem para o todo e vice versa.
O profissional da área de saúde precisa hoje ter uma formação multidisciplinar, ter uma noção no mínimo razoável de todas as áreas correlatas com a área em que atua, para não correr o risco de ser um “especialista” que conhece a fundo sua especialidade, porém, deixa muito a desejar diante do todo que é um ser humano.
É comum recebermos pacientes que afirmam ser portadores de mau hálito devido a um gosto “diferente” que sentem na boca. E quando questionados como poderia ser caracterizado esse gosto, a maioria deles define esse gosto como amargo.
Existem algumas causas frequentes para a presença desse gosto amargo como, por exemplo, a presença de saburra lingual, a alteração do fluxo salivar, a ingestão de determinados tipos de medicamentos, o estresse, o jejum prolongado e até mesmo deficiência vitamínica ou de oligoelementos no organismo.
Essas são as causas mais comuns, porém esse é um assunto de muito interesse para os cientistas e infelizmente ainda não completamente entendido. Por isso, para o correto diagnóstico dessa queixa é necessária uma avaliação detalhada realizada por um profissional qualificado.
Durante a avaliação é importante que sejam passadas ao paciente informações a respeito do paladar e olfato, para que ele se sinta seguro com a idéia de que a relação da boca amarga com o mau hálito nem sempre é estabelecida. Ou seja, a boca amarga não significa necessariamente a alteração do hálito.
Existem algumas pessoas que possuem um gosto amargo constante na boca, esse sintoma é considerado um distúrbio senso-perceptivo, chamado de disgeusia. Esse distúrbio é raro e caracterizado pela presença de gosto desagradável constante, sem estímulo gustatório.
Na Clínica Halitus oferecemos como cortesia o tratamento da boca amarga enquanto durar o tratamento da halitose. Em mais de 95% dos casos a queixa de boca amarga é resolvida com o tratamento da halitose. Os menos de 5% restantes são casos que demandam uma investigação mais detalhada, que poderá ser realizada após o paciente ter alta no tratamento da halitose, se o paciente assim desejar, com custo a parte.
A boca seca é também conhecida por xerostomia (xeros = seco, stoma= boca), assialia (a = sem; sialia = saliva), hiposalivação ou hipossialia.
A queixa de “boca seca” é uma queixa comum em nossa clínica, principalmente pelo grande desconforto que a secura bucal provoca. Os pacientes relatam dificuldade de falar, de engolir e até mesmo de sentir o gosto dos alimentos e, em casos mais raros e severos, ardência bucal e gosto amargo constante. Ou seja, esta situação afeta a qualidade de vida das pessoas.
No entanto, nem sempre a sensação de boca seca significa uma real diminuição na produção de saliva. Esta afirmação pode parecer estranha, mas ao recebermos um paciente com esta queixa precisamos realizar uma consulta detalhada e testes específicos para avaliar sua salivação (qualitativamente e quantitativamente) para assim podermos verificar o que esta ocorrendo e desta forma conduzir o tratamento da melhor forma possível.
Hoje chamamos de xerostomia a sensação de boca seca sem uma real diminuição na produção salivar, e de hiposalivação, a queda real na produção de saliva.
A hiposalivação é caracterizada por uma diminuição na produção salivar, decorrente de inúmeros fatores como o estresse excessivo e prolongado, doenças como Diabetes Mellitus ou a Síndrome de Sjögren, doenças das glândulas salivares, como consequência da radioterapia de cabeça e pescoço e decorrente da ingestão contínua de medicações específicas, que diminuem a produção de saliva como efeito colateral.
Os motivos mais comuns que levam à xerostomia são fatores que ressecam a mucosa bucal e desidratam a boca, como por exemplo, a respiração bucal e o ronco, falar excessivamente por motivos profissionais e a desidratação corporal excessiva. Entretanto, existem outras causas mais raras, que também devem se investigadas, se for o caso.
É muito importante salientar que para avaliar e tratar as alterações nos padrões salivares, é fundamental consultar um profissional capacitado.
Hiposalivação x Mau hálito
A queda na produção de saliva é uma causa indireta frequente do mau hálito, por diminuir o oxigênio disponível na cavidade bucal, facilitando a proliferação das bactérias que provocam a halitose, por diminuir a autolimpeza bucal que uma salivação adequada proporciona, por facilitar o surgimento de doenças gengivais e principalmente pelo aumento na descamação de microscópicos pedacinhos de pele (células) dos lábios e bochechas, sendo que estas pelezinhas servirão de alimento às bactérias mencionadas acima, favorecendo a formação da saburra lingual e dos casos amigdalianos, que são duas das causas mais comuns e frequentes da halitose.
Tratamento:
O tratamento da diminuição na produção salivar é um desafio. De acordo com nossas estatísticas, em aproximadamente 75% dos casos tratados temos um resultado satisfatório.
Porém, 25% dos casos são desafiadores, com resultados insatisfatórios, o que requer que testemos diferentes métodos de tratamento, para verificar qual é aquele que poderá proporcionar melhores resultados.
Se por ventura não conseguirmos um aumento satisfatório na produção salivar do Paciente, o tratamento terá como meta restabelecer sua qualidade de vida e conforto, procurando assim, diminuir as consequências que a queda na produção salivar provocou em sua vida.
O laser de baixa potência é uma fonte de luz que confere propriedades terapêuticas, como ação analgésica, anti-inflamatória e ação biomoduladora.
Esta tecnologia vem sendo largamente estudada e aplicada com sucesso na Odontologia, como coadjuvante ao tratamento odontológico convencional, trazendo diversas vantagens ao paciente.
Conheça alguma delas:
1) Ação analgésica, ou seja, alívio da dor: pré e pós-operatório, trismo (dificuldade de abertura bucal), dores de origem pulpar, musculares, articulares (ATM);
2) Ortodontia: alívio da dor durante a movimentação ortodôntica e para estimular e acelerar o processo de neoformação óssea;
3) Implantodontia: acelera a reparação óssea e gengival após a colocação dos implantes;
4) Cirurgias bucais: alívio da dor, ação anti-inflamatória e reparadora nos tecidos operados, parestesias, pós extração de dentes do ciso;
5) Dentística e estética bucal: controle da sensibilidade dentinária; alívio da sensibilidade pós-clareamento dental; desinfecção de cavidades com o uso da PDT (terapia fotodinâmica);
6) Lesões estomatológicas:
i) Herpes labial: diminui o ciclo patogênico e aumenta os intervalos do aparecimento de um novo surto;
ii) Aftas: alívio da dor e cicatrização acelerada;
iii) Mucosite oral: que se caracteriza pela complicação mais comum que acometem pacientes que estão sob tratamento radioterápico e quimioterápico. Caracteriza-se por uma inflamação acentuada e extremamente dolorosa em toda a mucosa bucal, impossibilitando assim que o paciente possa alimentar-se. A laserterapia proporciona alívio imediato da dor e cicatrização acelerada das úlceras bucais;
iv) Paralisia facial, nevralgia do nervo trigêmio;
7) Hipossalivação: usado para o aumento do fluxo salivar. E para a diminuição da sensação de boca seca (xerostomia), sendo um importante aliado no tratamento da Halitose.
8) Terapia fotodinâmica (PDT): ação antimicrobiana em diversos processos infecciosos que acometem a cavidade bucal (desinfecção de canais radiculares, abscessos dento-alveolares, doenças fúngicas, e outras). A grande vantagem do uso da PDT é exatamente a não utilização da antibioticoterapia, na grande maioria dos casos. O uso indiscriminado dos antibióticos tem gerado grande resistência microbiana e efeitos sistêmicos indesejados.
Não deixe de usufruir desta tecnologia que vem trazer conforto ao seu tratamento odontológico e benefícios, cientificamente comprovados, à sua saúde.
Agende uma consulta para conhecer a Laserterapia.
A higienização ou profilaxia dental com ensino de higiene bucal é um dos tratamentos mais valiosos dentro da odontologia, realizados na Clínica Halitus por TSBs (técnicas em saúde bucal).
Por meio de uma sessão que dura em torno de uma hora o paciente é ensinado em detalhes como escovar os dentes com a técnica e produtos corretos, adequados à sua realidade.
O comentário de 9 entre 10 pacientes é que nunca aprenderam a escovar os dentes antes dessa sessão com nossas higienistas.
Este serviço já está incluído no valor do tratamento da halitose e também pode ser utilizado pelos demais pacientes da clínica ou familiares dos pacientes. Entre em contato e saiba mais, perguntando às nossas recepcionistas sobre a higienização feita por nossas TSBs.
Nossa equipe é capacitada a fazer o diagnóstico de lesões bucais, sendo composta por 2 professoras doutoras em Patologia Bucal pela USP e por uma Estomatologista.