É perfeitamente possível controlar ou mesmo curar o mau hálito, o mau cheiro dos pés e o odor da transpiração. O primeiro passo é diagnosticar as causas do problema.

Pode não ter sido o seu caso, mas certamente você já ouviu comentários sobre relacionamentos amorosos que foram por água abaixo por causa do mau hálito de um dos parceiros. Ou talvez tenha sido obrigado a mudar de lugar no ônibus por não suportar o forte odor da transpiração do passageiro ao lado.

Ou se lembra daquele adolescente que esvaziou o vestiário do clube, quando resolveu tirar o tênis. Mais do que comprometer o convívio social de seus portadores, os fortes odores exalados pelo corpo podem sinalizar algum distúrbio orgânico ou emocional.
Nada que a medicina não possa controlar ou resolver definitivamente.

A halitose,nome científico do mau hálito que ataca tanto adultos quanto crianças, é controlável e tem quase 100% de chances de cura. O cheiro nos pés evita-se com hábitos higiênicos relativamente simples. O suor excessivo pode ser desencadeado por vários fatores, desde pré-disposiçâo genética, stress e até doenças orgânicas. O desafio, porém, está em diagnosticar as causas desses problemas, que levam suas vítimas a enfrentar situações constrangedoras no dia-a-dia. Por isso, o caminho é buscar ajuda médica antes que esses contratempos comprometam sua qualidade de vida.

SUOR EXCESSIVO – Devido a fatores genéticos, algumas pessoas apresentam maior número de glândulas sudoríparas. Por isso transpiram mais. Daí, as próprias bactérias existentes na pele entram em ação, decompondo o suor e produzindo mau cheiro nas axilas. Mas quem enfrenta esse problema deve ficar bastante atento, pois o suor excessivo pode também ser reflexo de doenças orgânicas como o diabetes e tireóide. Até mesmo o stress é um fator desencadeante.

Aí, não tem jeito. A única saída é tratar a causa para evitar o sintoma. A boa notícia é que a medicina dispõe de várias técnicas para combater a transpiração excessiva. Uma das mais modernas é o uso da toxina botulínica, conhecida como Botox. Com a ajuda de uma pequena agulha, o médico injeta o produto nas axilas, inibindo a ação das glândulas sudoríparas. A técnica, bastante simples e indolor, tem apresentado bons resultados. O efeito dura até seis meses e pode ser repetida por tempo indeterminado, quantas vezes forem necessárias.

Caso o suor seja muito intenso, o portador desse distúrbio poderá até optar pela cirurgia de retirada das glândulas ou sua aspiração, eliminando de vez o problema. Através de outra cirurgia, conhecida como simpatectomia, o médico corta as terminações nervosas, impedindo assim que as glândulas sejam estimuladas a produzir suor. Veja agora algumas medidas capazes de reduzir o suor excessivo:
Não há comprovação científica de que certos alimentos possam aumentar a quantidade de suor.

Mesmo assim, procure evitar alimentos ácidos como abacaxi, limão e tangerina. Desodorantes que contenham irgassau, cloridróxido de alumínio, bicarbonato de sódio ou potássio em sua fórmula amenizam o suor e diminuem o mau cheiro. Outra alternativa é aplicar compressas geladas de água boricada, chá preto ou de camomila nas axilas. Desodorantes antitranspirantes só devem ser usados ocasionalmente, pois seu uso prolongado pode obstruir as glândulas. Tecidos sintéticos pioram o mau cheiro. Prefira sempre roupas de algodão puro e, de preferência, em cores claras, pois a própria tinta do tecido pode agravar o problema.

SAI DO PÉ – Bem mais simples de ser controlada e tratada, a bromidose (nome científico do mau cheiro nos pés) é resultado da proliferação de bactérias que já existem normalmente na pele. Quando em excesso, provocam a decomposição do suor, causando o mau cheiro. Para livrar-se do problema, redobre os cuidados com a higiene. Mas existem outras medidas que devem ser levadas a sério no dia-a-dia para evitar o mau cheiro nos pés: Evite usar calçados sintéticos e abafados. Prefira os de couro, que absorvem melhor o suor.
E, sempre que possível, coloque os sapatos ao sol para secar. Procure não usar o mesmo sapato dois dias seguidos, dando oportunidade de que eles ventilem e percam a umidade. Meias, só de algodão. Lave os pés pelo menos duas vezes por dia, esfregando-os muito bem na hora do banho. Depois, seque com cuidado, caprichando entre os dedos. Às vezes é necessário recorrer a medicamentos secativos, antifúngicos e antibacterianos na forma de loção ou via oral. Mas só com orientação médica.

MAU HÁLITO – Este problema, aparentemente simples, é um grande obstáculo na vida de quem o enfrenta. Pode gerar desde piadinhas de mau gosto a um verdadeiro isolamento social. O fato é que este inconveniente tem grandes chances de ser curado, desde que se use o tratamento adequado. O primeiro passo é identificar a causa, através de exames solicitados por uma equipe de profissionais: clínico geral, gastroenterologista, dentista e nutricionista.

Isso porque o problema pode ter várias origens: digestivas, bucais ou alimentares. Problemas bucais são responsáveis por 90% dos casos de halitose. Cáries, gengivite e a diminuição do fluxo salivar, que gera uma placa bacteriana esbranquiçada, chamada saburra lingual, são as causas mais comuns do problema. A alimentação errada, diabetes e carência de vitamina C são apontados pêlos especialistas como vilões do mau hálito.

Rinites, sinusites e amigdalites também são capazes de gerá-lo, pois levam a pessoa a respirar pela boca, o que favorece a formação da saburra. É importante descobrir, entre as causas possíveis, a que está atingindo você. Para cada uma há um tratamento adequado, indicado pelo especialista. Qualquer que seja o motivo, há cuidados imprescindíveis para aliviar o problema. Fique de olho neles: Alguns alimentos, em excesso, podem ser de difícil metabolizaçâo, favorecendo a halitose.

Gorduras, enlatados, bebidas alcoólicas e gasosas, condimentos, frituras, cebola, alho, alguns tipos de frutas cítricas, café puro ou chá preto devem ser evitados. Tome muito líquido e evite intervalos superiores a quatro horas entre uma refeição e outra. Não descuide dos dentes. Escove-os muito bem e utilize o fio-dental adequadamente. Para manter-se afastado dos problemas de mau hálito, visite o dentista regularmente. E não esqueça de fazer a higiene da língua.

Quando for escovar os dentes, passe a escova sobre sua superfície, eliminando os restos de alimentos que ajudam na proliferação de bactérias. As pastilhas de hortelã, chicletes e sprays podem até disfarçar o problema, mas é bom lembrar que não têm nenhum poder curativo. Consultoria – Dra Shirlei Borelli, dermatologista (São Paulo) e Dr. Maurício Duarte da Conceição , dentista, membro-fundador da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca e da International Society for Breath Odor Research (Campinas).

Observação : essa reportagem contém alguns erros a respeito da halitose.

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