Ele espanta até o homem mais apaixonado. A boa notícia é que, em 90% dos casos, tem origem na própria boca e hábitos simples de higiene mandam o problema para o espaço.

Aquele bonitão finalmente marcou um encontro com você? De nada adianta caprichar na maquiagem, no cabelo e nas roupas se o seu hálito estiver ruim – não há romance que resista a esse desastre! “Geralmente, o distúrbio surge devido a limpeza inadequada, gengivite, tártaro, placa bacteriana ou cáries”, revela l Luc Maurice Weckx, professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo.

O dentista Maurício Duarte da Conceição, da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca, concorda: “Cerca de 90% dos casos têm origem na boca”, avisa. A halitose crônica – odor bucal ou nasal desagradável e constante – ataca de 20% a 30% da população e ainda tem mais de cinqüenta causas. Entre elas, doenças pulmonares, re­nais ou intestinais.

Também pode estar ligada ao stress e ao diabete; que alteram o metabolismo orgâ­nico, provocando o aparecimento da saburra (língua esbranquiçada) e a redução da saliva. Detalhe importante: é ela que varre os detritos da boca. O uso prolongado de medicamentos (diuréticos, calmantes, drogas para emagrecimento), bebidas alcoólicas e cigarro também altera a produção de saliva. E o resultado disso é a proliferação de bactérias chamadas anaeróbias – habitantes naturais da boca que, ao se multiplicar em excesso, acabam liberando gases de enxofre, responsáveis pelo cheiro desagradável.

Vale lembrar que, se você ficar muito tempo sem comer, será uma forte candidata à halitose porque a falta de atividade bucal diminui a produção salivar, favorecendo o aumento das tais bactérias é por isso que, ao acordarmos, sentimos aquele gostinho ruim. Alho, cebola, embutidos, repolho e brócolis provocam halitose ocasional em algumas pessoas. Esses alimentos, depois de processados pelo estômago e intestino, liberam substâncias que, através da corrente sanguínea, chegam ao pulmão – e ele as exala como mau cheiro.

O estômago possui válvulas que impedem a volta de odores, portanto, diferentemente do que muitos pensam, não é ele que produz cheiros desagradáveis, mas o pulmão. Há solução : Detectada a causa, dá para eliminar o mau hálito entre três e quatro semanas. O primeiro passo é pro­curar o dentista para saber se a origem é bucal mesmo. Existem técnicas e aparelhos que medem o número de bactérias anaeróbias e a concentração de gases de enxofre na boca.

Se o problema persistir após o tratamento odontológico, você precisa continuar a investigação com outros especialistas, como o otorrinolaringologista, o gastroenterologista ou o endocrinologista. Não importa a origem, os cuidados sempre incluem uma higiene adequada, com uso regular de fio dental e boa escovação dos dentes e da língua. Uma vez por semana, é aconselhável fazer bochechos, com uma colher de sopa de água oxigenada 10 volumes diluída em três colheres de sopa de água filtrada.

Enxágües com anti-sépticos bucais também são ótimos aliados porque controlam a proliferação das bactérias. Outro santo remédio é beber bastante água, pois ela estimula a produção de saliva. Pastilhas de hortelã e spray servem apenas para aromatizar temporariamente o hálito. “Procure comer maçã com casca, laranja em gomos e cenoura, pois esses alimentos ao serem mastigados vão limpando a língua”, garante o Dr. Luc Weckx.

* Para saber mais, na internei visite o site www.clinicahalitus.com.br.

Identifique o inimigo Depois de escovar os dentes …

1-)Raspe duas ou três vezes a língua com uma colher de plástico ou com uma gaze. Aguarde alguns segundos e cheire a secreção. Se houver odor faça o próximo teste.
2-)Passe um pedaço de fio dental branco e sem sabor entre os quatro dentes da arcada superior e os quatro da inferior. Mova o fio por alguns segundos em cada local. A cor ficou alterada? Há odor? Caso a resposta seja positiva, repita os testes por dois ou três dias. Persistindo os sintomas, procure ajuda profissional.

Observação : essa reportagem contém alguns erros a respeito da halitose.

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