Dentistas explicam a melhor maneira de cuidar dos dentes
EMBORA SEJA UM HÁBITO DIÁRIO, e pareça muito simples, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que cerca de 58% dos brasileiros não escovam os dentes de forma correta. Existem vários métodos de escovação considerados adequados. Cada um deles é indicado para um determinado grupo de pacientes. Segundo o periodontista Ruy Teixeira, “o método mais abrangente e pouco traumático é aquele em que toda a superfície dos dentes é atingida e também a região do contorno das gengivas”. Ele acredita que a escovação deva ter uma seqüência lógica para que o paciente não se esqueça de nenhuma região.
A higienização deve ser focada nos dentes, mas é preciso lembrar que língua e bochechas sem limpeza são grandes multiplicadoras de bactérias e propiciam o aparecimento de cáries e mau hálito. “Se a escovação não conseguir remover todos os restos alimentares, placa bacteriana, células mortas e os sinais de inflamação ao redor dos implantes, pode causar halitose”, alerta Maurício Rigolizzo, implantodontista.
Além disso, a má escovação pode provocar a gengivite, que se não for tratada pode evoluir para a periodontite, que irá afetar os tecidos que envolvem os dentes (osso, gengiva e fibras do ligamento periodontal). Por isso, ao primeiro sinal de sangramento gengival ao escovar os dentes e usar o fio dental, um dentista deve ser consultado.
Atualmente, há uma variedade muito grande no mercado de escovas. Para não errar, escoiha sempre uma simples, com cerdas iguais, macias e com cabo longo e troque uma vez por mês, De acordo com Maurício von Zuben, endodontista, o arredondamento das cerdas não dura mais que isso e uma cerda danificada pode acelerar a retração gengival. Ele também conta que os pacientes portadores de aparelhos ortodônticos devem fazer uma escovação cuidadosa. “Ela deve ter freqüência de, no mínimo, três vezes ao dia com uma escova ortodôntica especial”, explica.
Para realizar a escovação dos dentes com a escova comum, o ideal é utilizar pouco creme dental. “O correto é fazer movimentos vibratórios, para frente e para trás, abrangendo apenas dois dentes por vez, aplicando uma pressão moderada pelo lado de fora e em seguida para o lado de dentro”, detalha Maurício Conceição, dentista especializado em halitose.
Já no lado interno dos dentes da frente, a escova deve ser colocada verticalmente, de modo que as cerdas fiquem apoiadas na gengiva e no dente. “Neste caso, os movimentos para frente e para trás devem ser feitos em apenas um dente por vez”, completa Conceição. Uma escovação adequada deve durar de cinco a oito minutos.
Além da escova de dentes, os dentistas recomendam não esquecer do fio dental e usar um enxaguatório bucal. “Um dos erros mais comuns é colocar muita pressão na escova, provocando desgaste nos dentes”, conta Conceição.
Os dentistas da Malo Clinic sugerem o uso de um creme dental com algum tipo de controlador químico de formação de placa bacteriana, além do flúor, ambos importantes para controlar a maioria das doenças que ocorrem na boca. Eles afirmam que os cremes dentais com clareadores funcionam, mas especificamente quando utilizados para a manutenção após o tratamento de clareamento.