A halitose é sintoma de desequilíbrio orgânico e pode ser combatida
A repulsa por odores desagradáveis é comum ao comportamento humano e levou a criação de costumes e hábitos de higiene, como o ato de escovar os dentes e tomar banho. Alguns desses odores não são facilmente percebidos pela própria pessoa e podem levar a uma disfunção das relações sociais, como ocorre com a halitose. O mau hálito não é uma doença, mas, sim, um sintoma de que algo no organismo está em desequilíbrio, precisa ser identificado e tratado.
Existem mais de cinquenta causas catalogadas para o odor ruim exalado pela boca e as mais comuns são; presença de saburra lingual (placa amarelada ou esbranquiçada localizada no fundo da língua), gengivite, periodontite, baixa produção de saliva, feridas cirúrgicas, cáseos amigdalianos (pequenas bolinhas que se formam no interior das amídalas), afecções da garganta e, raramente, sinusite, diabetes, jejum prolongado, ingestão de alimentos odoríferos, entre outros. Ao contrário do que pensa o senso comum, o estômago não é o grande responsável pela presença do mau hálito, já que o mesmo pode provocar halitose somente em casos específicos, que correspondem a menos de 0,1 % do total.
Segundo o cirurgião dentista Dr. Maurício Duarte da Conceição, o portador de halitose pode ter sua vida social, profissional e afetiva afetadas. “A pessoa portadora adquire inúmeras alterações comportamentais, como, por exemplo, usar chicletes e balas o tempo todo, falar menos e evitar falar de perto, o que afeta sua segurança e auto-estima, chegando até a isolar-se no meio em que convive”, explica ele. O diagnóstico é feito com a ajuda de um questionário que avalia todo o histórico médico e odontológico do paciente, os hábitos alimentares, de ingestão de líquidos e de higiene oral, além de exames detalhados que analisam a boca, a saliva e os gases que alteram o hálito.
O tratamento da halitose consiste basicamente em se detectar as causas e controlá-las ou até eliminá-las. “Ao encontrar as causas, chega-se a um resultado excelente. Além disso, dá-se um enfoque especial para tratar as alterações de comportamento decorrentes do mau hálito, pois, tão importante quanto ter um hálito agradável, é recuperar a segurança, auto-estima e espontaneidade, abaladas por conviver por anos com o problema”, afirma o dentista.
No intuito de auxiliar o tratamento, alguns produtos foram Desenvolvidos, como limpadores de língua com e sem escova, spray de limpeza da língua, kit para medir a produção de saliva e um tipo de enxaguatório que evita a formação dos cáseos amigdalianos.
Para prevenir o aparecimento do mau hálito, algumas dicas são importantes: a higiene bucal deve ser bem feita, incluindo escovação, uso do fio dental e limpeza da língua; o uso de enxaguatório com álcool deve ser evitado; evitar jejum prolongado; ao primeiro sinal de sangramento gengival, procurar um dentista; comer com moderação alimentos com alto teor de proteína, gordura animal e teor de enxofre, frituras e tomar pelo menos dois litros de líquidos por dia.