São muitos os relatos dos nossos pacientes a respeito da verdadeira “via sacra” que já fizeram em busca de uma solução definitiva para um problema que muito os aflige. O mau hálito pode ser um problema que vai desde o constrangimento em alguns mo­mentos, na presença de determina­das pessoas, até um mal que isola o indivíduo do convívio social saudável, afetando sua vida profissional e pessoal.

Temos relatos de pacientes que tiveram relacionamentos rompidos, ou mesmo que perderam grandes oportunidades de emprego, além do que, e muito mais grave, a
perda da auto-estima. Muitos desses pacientes já procuraram profissio­nais em várias áreas, mas o máxi­mo que conseguiram foram paliativos e não solução para o problema.

A halitose é uma alteração do ar expirado.Conhecemos mais de 50 causas e sabemos que pelo me­nos 90% delas estão na cavidade bucal. A diminuição do fluxo salivar, denominado xerostomia, é o grande responsável pela presença da saburra lingual, ou a placa bacteriana da língua.

Através de um processo químico, produtos como gases voláteis derivados de enxofre, de odor desagradável, são liberados da cavidade bucal. A xerostomia pode ser causada por estresse ou uso de medicamentos, ou ainda por respiração bucal.

Outras causas de halitose podem estar relacionadas a disfunção intestinal ou hepática, como também à placa bacteriana contida nas tonsilas palatinas Para um diagnóstico preciso se faz necessário o uso de métodos adequados de exames para se medir a quantidade de saliva presente na boca através da sialometria e a quantidade de gases de enxofre medida por meio de um aparelho de alta tecnologia, capaz de medir em partículas por bilhão, denominado Halimeter.

A consulta é bastante minuciosa, pois, além dos exames citados, uma avaliação detalhada da cavidade bucal, teste de estresse, é necessário responder um questionário muito completo, onde toma-se possível conhecer toda a história médica do paciente.

A nossa visão é holística, pois é impossível se pretender qualquer resultado, num processo delicado de tratamento sem se considerar o paciente muito além da boca. Uma vez com o diagnóstico em mãos, saberemos exatamente como atuar em relação a halitose e, em segui­da, se necessário, encaminharmos o paciente para o especialista na área da origem do problema.

Portanto, podemos concluir que a halitose tem solução sempre, pois geralmente, no retomo após a consulta inicial, já obtemos excelentes resultados.*Eduardo Pedrazza Dutra é clínico geral e periodontista, membro da Associação Brasileira de Pes­quisas de Odores Bucais.

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