Trabalho

» O combate aos problemas, que costumam ser muito constrangedores, é fácil e pode ajudar no desempenho e na escalada do trabalhador

»Suar a camisa pela empresa nem sempre é um indicador de eficiência no mundo dos negócios. Muitas pessoas não sabem, mas o suor excessivo e o forte odor que o acompanha podem gerar constrangimento no ambiente de trabalho. O mesmo acontece com o mau hálito, distúrbio que atinge cerca de 60% da população mundial. Combatê-los é fácil e pode ajudar no desempenho e na escalada profissional.

O dermatologista Valter Claudino, do Hospital Beneficência Portuguesa de Santo André, explica que a hiperhi-drose (suor excessivo) se manifesta mais comumente na palma das mãos, na planta dos pés e nas axilas. “Fatores emocionais podem interferir. Mas, geralmente, suas causas são outras, como disfunção hormonal, obesidade, diabetes e até doenças cardíacas ou neurológicas”, explica o médico.

O odor desagradável surge quando o suor entra em contato com as bactérias do ar. E aí aparece o problema. “É o tipo de coisa que interfere na vida social de qualquer um. Isso vale para o trabalho também. A pessoa começa e ser isolada pelos demais e vira até motivo de chacotas. O que abala o emocional e seu desempenho”, completa José Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico do Hospital Albert Einstein.

Bom de boca

A situação é igualmente constrangedora quando o assunto é mau hálito. Nesse caso, não se trata de uma doença. Mas de conseqüência de outros desajustes como estresse, gengivite, inflamação no tecido dos dentes, baixa produção de saliva e formação de placas bacterianas na boca. Quase sempre, quem enfrenta o problema sofre também de fadiga olfatória, ou seja, não percebe o cheiro desagradável.

“Isso pode interferir de várias formas. A pessoa evita falar de perto, muitas vezes deixa até de se manifestar, de participar, de dar opiniões. Tem medo da reação dos outros. Em alguns casos, é preciso, além do tratamento clínico, o acompanhamento psicológico para que o paciente readquira a confiança de falar em público”, conta Maurício Duarte da Conceição, dentista e presidente da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ABPO).

A situação é delicada, mas precisa ser enfrentada de frente. Gerusa Mangarda, gerente de recrutamento e seleção da Gelre, admite que esse pode ser um complicador na hora da contratação. Em especial, quando estão em jogo cargos que exigem cuidados especiais com a higiene. “Na pré-seleção o contato é rápido e isso nem sempre aparece. Mas sabemos que o empregador é mais exigente”, alerta a especialista.

Informação útil

Como controlar os distúrbios
» Algumas dicas podem ajudar a amenizar e controlar esses distúrbios na hora de pedir emprego ou mesmo no dia-a-dia profissional.
»Para minimizar o odor desagradável causado pelo suor excessivo, é recomendável vestir roupas leves, de preferência de algodão, e em cores claras. Desodorantes especiais podem ajudar.
»Para os casos de mau hálito, manter a higiene bucal é essencial. Escovação bem feita e o uso de fio dental são meio caminho andado. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, café e alimentos fortes também ajuda. Em situações específicas, mascar um chiclete ou chupar uma bala ajudam. Mas não resolvem o problema.
»Em ambos os casos, o melhor mesmo é procurar a ajuda de um especialista.

Site dá dicas sobre tratamento

» O assunto é tão delicado que constrange amigos, familiares e colegas de trabalho que convivem com quem enfrenta o problema. Por isso, o site da Associação Brasileira de Pesquisa e Estudo dos Odores da Boca (www.abpo.com.br) é cada vez mais procurado. De forma gratuita, a entidade oferece um serviço de “denúncia”. Mas nada constrangedor. Sempre mantendo o anonimato de quem fez o contato, o site disponibiliza um formulário de identificação de quem tem o mau hálito. Basta preencher todos os dados e o portador receberá uma carta, cordial, falando sobre o distúrbio e as possibilidades de tratamento.
“Respondemos uma média de 100 mensagens por semana. E o número não pára de crescer. É uma forma mais delicada de abordar a pessoa”, afirma Maurício Duarte da Conceição, presidente da ABPO, admitindo que nem sempre a reação é positiva. “Já recebi ameaças de processo. Mas em geral, as pessoas reconhecem o problema.”

Teste o seu hálito

Você….(para cada alternativa assinalada, some os pontos)

Bebe pouco líquido……….4
Costuma comer muita gordura, proteína
animal ou comida muito temperada……….4
Fuma……….4
Usa enxaguatório com álcool……….4
Toma bebidas alcoólicas com frequência*……….4
Tem o intestino preso……….4
Fica muitas horas sem se alimentar……….5
Respira pela boca……….5
Costuma roncar……….5
Tem diabetes……….7
Sente a boca seca com freqüência……….7
Sente gosto ruim na boca, mesmo após
escovar os dentes e se alimentar……….7
Sente cheiro desagradável no fio dental
após usá-lo nos dentes do fundo da boca……….7
Não usa fio dental com freqüência……….7
Tem tártaro……….7
Usa aparelho ortodôntico ou prótese fixa……….7
Tem sangramento gengival com fio dental
ou com escova de dentes……….20
Tem placa esbranquiçada no fundo da língua……….20
Às vezes percebe pequenos flocos ou grãos,
de odor desagradável e com cor amarela
ou branca……….20

Resultado

De O a 4 pontos
A probabilidade de ter halitose é pequena. Peça
para alguém de sua confiança observar, em
diferente horários do dia, se você tem mau hálito
De 4 a 20 pontos
Indica uma probabilidade moderada. A simples
observação das dicas acima pode resolver o
problema
20 ou mais pontos
Indica uma probabilidade grande de ter halitose.

Consulte um especialista

*Mais de duas vezes por semana
Fonte: Site www.mauhalito.com.br

VOLTAR