Sintoma atinge 30% dos brasileiros e nem sempre é provocado por doenças estomacais.
Principal causa está ligada a problemas na boca do paciente, que será alvo de campanha.

Mau hálito é sinal de alerta.

A maioria dos problemas de saúde que provocam mau hálito não está relacionada a doenças estomacais ao contrário do que muitas pessoas imaginam.
Informações sobre as causas, diagnósticos e tratamento da halitose, sintoma que atinge 30% dos brasileiros, serão divulgadas, dia 22 em todo o País.

A Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ABPO) criou o Dia Nacional de combate a Halitose para conscientizar a população sobre um problema freqüente, mas que gera ainda bastante constrangimento entre as pessoas. Cartazes e panfletos serão distribuídos em pontos de grande movimento em Belo Horizonte. Em outras capitais, haverá um mutirão para detecção do problema nos participantes.

Segundo a dentista Jaqueline Palhares, representante da ABPO em Minas, 90% das causas de halitose são provenientes de problemas na boca do paciente. A principal causa é a diminuição do fluxo salivar e a formação de uma camada esbranquiçada na superfície da língua, o que é chamada de saburra lingual.

Ao todo são 50 causas, distúrbios orgânicos, que podem resultar em mau hálito. “A respiração pela boca ou até doenças estomacais levam a quadros de saburra lingual e conseqüentemente mau hálito. O fato de a pessoa apresentar halitose é um sinal de que alguma coisa não vai bem, e pode estar associado a uma patologia à alguns hábitos incorretos, disse a dentista Jaqueline Palhares.

Alguns hábitos serão divulgados para que as pessoas saibam como evitar mau hálito como: o uso correto do fio dental e utilização de uma escova macia. Fazer a limpeza da língua delicadamente, o uso de chicletes sem açúcar que ajudam a aumentar a salivação, evitar intervalos superior a três ou quatro horas entre as refeições; beber de dois a três litro de água (ou outros líquidos ) por dia e evitar o consumo excessivo de alimentos com forte odor.

Segundo o presidente da ABPO, Maurício Duarte da Conceição a halitose não é uma doença e sim sintoma de que algo no organismo está em desequilíbrio, precisa ser detectado e tratado. “O problema é que geralmente essas pessoas não sabem que tem esse mal porque as células responsáveis pelo olfato rapidamente se adaptam ao odor constate”, explica.

Por temer situações constrangedoras a estudante Fernanda Paola Morim conta que teve que conviver por muito tempo com o mau hálito do seu ex-patrão sem poder sequer demonstrar a sua repulsa. “ Mau hálito é a pior coisa. Quando a gente vai cumprimentar já sente logo o cheiro. Tive um patrão com esse problema e tive que aguentar, calada, pois nunca tive coragem de falar sobre isso com ele. Me preocupo com isso, escovo sempre os dentes e sempre carrego balas na bolsa”, comenta.

O estudante Ricardo Andrade encontrou uma maneira indireta de avisar ao primo sobre o seu mau hálito. Atualmente, seu primo, que ele prefere não citar nome, faz tratamento para conter a halitose. “Não precisa falar com a pessoa. A gente sempre dava uma bala para ele e indiretamente ele sacou que tinha mau hálito. Quando sentimos o cheiro ruim da boca de uma pessoa é muito desagradável”, garante.

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