Halitose afeta mais de 50 milhões de pessoas no Brasil e pode ser o início
para o aparecimento de outras doenças

Se alguma vez, no colégio ou numa roda de amigos, você ganhou um apelido indesejado por não ter hálito agradável, cuidado: você pode ter halitose. Este é o nome científico dado ao mau hálito. Não é uma doença, mas sim um sinal ou sintoma que informa que algo no organismo está em desequilíbrio, e que precisa ser identificado e tratado. Ela pode indicar a presença de inúmeras doenças como diabetes, insuficiência renal ou hepática. Um dos maiores mitos na área de saúde é que o mau hálito venha do estômago. Pode ocorrer, mas são casos muito raros. Porém, em mais de 90 % dos casos sua origem está na cavidade bucal.

De acordo com pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ABPO), mais de 30% da população brasileira sofre de halitose, ou seja, mais de 50 milhões de pessoas.
Em 1993, ocorreu a 1ª Conferência Internacional em Odores da Respiração e já
naquele período o assunto passou a ser estudado no Brasil. O grande impulso
ocorreu a partir de 1998, com a fundação da ABPO.

Entre as principais causas da halitose, estão a saburra lingual, que é uma placa amarelada ou esbranquiçada localizada no fundo da língua e que “pode se formar dentro das amídalas. São os cáseos amidalianos, pequenas bolinhas, similares a uma bolinha de queijo que se forma no interior das amídalas e têm um cheiro muito desagradável. Outra causa que não podemos deixar de mencionar são as doenças da gengiva, gengivite e periodontite”, disse o cirurgião-dentista Maurício Duarte da Conceição, especialista em halitose.

Normalmente os pacientes se queixam da reação das pessoas ou que alguém de seu convívio lhe informou que estava com alteração em seu hálito. “Os primeiros sintomas podem ser a sensação de boca seca (diminuição da produção de saliva), alteração de paladar, sangramento gengival e o surgimento de placa bacteriana na língua. Quando aparecerem os sintomas, a sugestão é procurar um profissional capacitado a tratar o problema, pois existem diversos tipos de halitose, como a crônica, esporádica, fisiológica, decorrentes de alimentosque alteram o hálito, e outras decorrentes de doenças raras, e também de alterações metabólicas”, explicou Maurício.

De acordo com o especialista em halitose, o tratamento, que dura de um a quatro meses, investiga detalhadamente todas as mais de 50 causas, tendo uma consulta inicial de avaliação de mais de uma hora de duração, consulta de tratamento, sessões de higienização e a prescrição de alguns produtos, dependendo de cada caso. “As causas são detectadas e, após serem tratadas, os bons resultados aparecem rapidamente”, concluiu o médico, que já realizou mais de quatro mil tratamentos de halitose.

O portador pode ter sua vida social, profissional e afetiva profundamente afetadas,além de adquirir inúmeras alterações comportamentais como, por  exemplo, usar chicletes e balas o tempo todo, falar menos, evitar falar de perto, afetando sua segurança e auto-estima, chegando até a isolar-se no meio em que convive ou ainda ser discriminado.
Entretanto, existe a contrapartida deste fato, que são pessoas que não têm o problema, mas acreditam que têm, o que caracteriza a halitose imaginária. São casos comuns, que precisam ser tratados por um profissional experiente, com conhecimento multidisciplinar especialmente na área de psicologia.

Para uma das pacientes do doutor, E.F, 42 anos, que descobriu a halitose no começo do ano passado, a sensação era totalmente incômoda. “Você tem, sabe que tem, mas fica com vergonha de falar a respeito. Era algo que estava me incomodando muito”, contou. O tratamento durou seis meses e hoje ela sente que o tratamento foi um sucesso e “agora é somente hálito fresco”. “Casos mais severos podem ser encaminhados para tratamento conjunto com um psicólogo ou psiquiatra”, destacou Maurício.

A saburra lingual é uma das principais causas da halitose “Os primeiros sintomas podem ser a sensação de boca seca, alteração de paladar, sangramento gengival  e o surgimento de placa bacteriana na língua. Quando aparecerem os sintomas, a sugestão é procurar um profissional capacitado a tratar o problema, pois existem diversos tipos de halitose”, comentou o especialista Maurício Duarte.

Prevenção: táticas contra a halitose
Para evitar o mau hálito alguns cuidados são necessários, tais como:
– Higiene bucal bem feita, incluindo escovação, uso do fio dental e limpeza da língua regularmente
e feita de maneira correta;
– Evitar o uso de enxaguatório com álcool;
– Evitar jejum prolongado, se alimentando no máximo a cada quatro horas;
– Ao primeiro sinal de sangramento gengival, procurar um dentista;
– Comer com moderação alimentos com alto teor de proteína e gordura animal (embutidos, queijos gordos, carnes gordurosas), frituras, alho e cebola crus ou em excesso e quantidades de alimentos com alto teor de enxofre, como brócolis, alcachofra, couve flor, ovo etc;
– Tomar pelo menos dois litros de líquidos por dia.
Para saber mais sobre a halitose, basta acessar o site: www.abpo.com.br

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