A halitose, mais conhecida como mau hálito, atinge 40% da população brasileira, ou seja, quatro em cada dez pessoas sofrem desse mal, de acordo com a ABPO (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca). A
halitose não é uma doença, mas sintoma de que o organismo apresenta algum problema, como estresse e uso de medicamentos.

O cirurgião-dentista Maurício Duarte da Conceição, especialista em halitose, explica que a origem do mau hálito não está relacionada a distúrbios no estômago, como sempre se acreditou, mas à salivação insuficiente ou
descamação de células na via oral que formam saburra (acúmulo de bactérias) na língua e que, com a fermentação, libera enxofre e causa o odor indesejável.

Segundo o especialista, pior que o odor são os graves problemas sociais que o mau hálito causa, como deixar a pessoa com complexos e inibidas. A halitose chega a ser motivo de separação entre casais e pode prejudicar a área profissional para quem tem contato com o público, como corretores, vendedores e advogados.

Para tentar atenuar o problema, as pessoas que sofrem de mau hálito fazem uso constante de escovas, soluções anti-sépticas, chicletes e balas, entre outros recursos, mas não conseguem eliminar a causa. No entanto, a presidente da ABPO, a cirurgiã-dentista Ana Cristina Kolbe, garante que existe cura em 100% dos casos de halitose. Ela explica que a pessoa deve procurar primeiro um dentista, porque 95% dos casos têm origem bucal.

A portadora de halitose Rosa Colla Antunes, 63 anos, disse ter estranhado quando decidiu procurar um especialista, pois ao chegar ao consultório descobriu que se tratava de uma clínica odontológica. “Eu pensava que era um problema no estômago, mas foi constatado que era na boca. Com o uso diário de um limpador de língua (aparelho desenvolvido para esse fim), nunca mais tive o
problema”, afirmou.

Halitose ganha ‘disque-denúncia‘

Especial para o Diário

Geralmente, quem sofre de halitose (mau hálito) não sente. Isso ocorre por um mecanismo natural de defesa do organismo em que as células responsáveis pelo olfato rapidamente se adaptam a um determinado odor, e a pessoa deixa de senti-lo se ele for constante. Por isso, se você tem alguém próximo de sua convivência que sofre de mau hálito e acha constrangedor avisá-lo, acessando o site da ABPO (www.abpo.com.br) ou da clínica Halitus (www.halitus.com.br) você encontrará o Click Mau Hálito, onde poderá cadastrar o nome, endereço ou e-mail dessa pessoa e as instituições imediatamente entrarão em contato sem que você seja identificado, evitando assim constrangimento para ambas as partes.

Esse serviço é gratuito e, de acordo com a presidente da ABPO, a médica Ana Cristina Kolbe, deverá ser usado com muita seriedade. “No site é possível ver o modelo da carta que a pessoa receberá e também tirar dúvidas sobre a halitose. Para aqueles que não possuem acesso à internet podem utilizar os seguintes telefones: ABPO (071) 245-3236; Halitus (011) 5575-2192; (019) 254-0266;
(012) 322-5363. — SC

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