Existem cerca de 90 causas para a Halitose. Essas se dividem em causas bucais e extrabucais (de fora da cavidade bucal) e em causas diretas e indiretas (que indiretamente provocam o mau hálito).
O primeiro passo do tratamento é identificar quais as causas diretas responsáveis pela alteração do hálito:
Causas bucais diretas da halitose
De acordo com as pesquisas mais recentes1-4, 95% dos casos de mau hálito têm origem bucal, e entre as causas principais estão as doenças de gengiva e a presença de saburra ou biofilme lingual.
Outra causa frequente, de origem extrabucal, mas que o mau hálito se manifesta por meio do ar expirado pela boca, são os cáseos amigdalianos. Os cáseos são similares a pequenas bolinhas de queijo que se formam no interior das amígdalas.
Desenvolvemos técnicas e produtos para tratar os cáseos amigdalianos e a saburra lingual, com pesquisas que comprovam sua eficácia, publicadas em revistas científicas e apresentadas em congressos no Brasil e no exterior.5-7
Outro diferencial é que ensinamos em detalhes o nosso paciente a manter a sua saúde gengival, por meio de técnicas e produtos adequados a cada caso. É comum ouvirmos de nossos pacientes, “porque eu nunca aprendi a cuidar da minha saúde bucal com meu dentista” ou “somente depois de adulto é que eu aprendi a cuidar dos meus dentes e gengiva”. Dois sinais de alerta de problemas gengivais são a presença da placa bacteriana e tártaro e do sangramento gengival.
Para diagnosticar a presença de saburra lingual, doenças da gengiva e cáseos amigdalianos, além do questionário inicial que o paciente reponde é feito um detalhado exame bucal.
A saburra lingual, a placa bacteriana dental e os cáseos amigdalianos são placas bacterianas que se formam na língua, dentes e amígdalas e correspondem a cerca de 98% dos casos de mau hálito. E isso faz muito sentido, pois a boca é o segundo local do corpo humano que mais tem bactérias, atrás apenas do intestino grosso. Então, em outras palavras, podemos dizer que o mau hálito de origem bucal é essencialmente bacteriano.
Causas extrabucais diretas da halitose
Os erros nos hábitos alimentares são causas extrabucais diretas da halitose frequentes, como a ingestão de alimentos ou remédios que alteram o hálito, os longos períodos em jejum e a prática de exercícios sem se alimentar, por exemplo. Também a presença de diabetes não compensada, da hipoglicemia e insuficiência renal ou hepática podem alterar o odor do hálito, entre outras doenças bem mais raras.
Para detectar essas causas fazemos uma investigação detalhada em nossa anamnese, que é o questionário que o paciente responde antes da primeira consulta. Para uma maior comodidade do paciente, esse questionário será enviado por WhatsApp e facilmente respondido no celular. Mas, se necessário, pode ser respondido opcionalmente na Clínica Halitus, bastando para isso combinar com nossa equipe e chegar com antecedência de 40 minutos.
Consequências da halitose
Controlar o mau hálito é apenas o início do tratamento. Para resultados duradouros e para utilizar menos produtos no futuro, é importante tratar também as causas indiretas do mau hálito.
Uma das causas indiretas mais comuns da halitose, mas que não provoca o mau hálito diretamente, é a diminuição da produção de saliva, ocasionada principalmente pelo efeito colateral de remédios que a pessoa possa estar tomando, pelo estresse excessivo, alterações emocionais (depressão, ansiedade, etc.), doenças autoimunes, baixa ingestão de líquidos, entre outras causas mais raras. Para diagnosticar as alterações salivares são feitos 2 exames na consulta inicial, a sialometria em repouso e a sialometria sob estímulo mecânico., com uma técnica e produtos que desenvolvemos.8
Outras causas indiretas da halitose são hábitos de mordiscamento de lábios, bochechas e dedos, o uso de cremes dentais e enxaguatórios contendo lauril sulfato de sódio, substância que resseca a mucosa bucal, podendo causar a sensação de boca seca e amarga, o uso de enxaguatórios com álcool, a carência de vitamina A e D, além do uso de aparelhos ortodônticos com braquets, entre outras causas mais raras. 9
Todas essas causas e a diminuição da produção salivar podem aumentar a descamação de células dos lábios e bochechas, predispondo ao mau hálito. As bactérias responsáveis pelo mau hálito bucal se alimentam das proteínas presentes nestas células e restos proteicos e nesse processo ocorre a liberação de enxofre, em forma de compostos sulfurados voláteis (CSV), que são os gases que causam um hálito bucal alterado e desagradável. 9
Para medir a concentração dos CSV na consulta inicial são utilizados aparelhos importados: o OralChroma, que utilizamos regularmente, e o Halimeter, que usamos esporadicamente.
Por meio desses aparelhos pode-se avaliar a intensidade do problema, se a halitose é constante ou intermitente (tem dias que tem e em outros não), permitindo também acompanhar a evolução do tratamento nos retornos, o que é importante para o paciente, pois ele poderá ver em números, como está o seu hálito (normal ou alterado). 9
O terceiro e mais importante passo do tratamento é diagnosticar e tratar as Consequências Psicológicas da Halitose, que quem se queixa em ter mau hálito, normalmente desenvolve:
Mais de 90% dos pacientes que se queixam em ter mau hálito desenvolvem mudanças em seus comportamentos, sentimentos e pensamentos. É comum que esses pacientes interpretem erroneamente os gestos normais dos outros, como passar a mão no nariz ou oferecer uma bala, como se fossem expressões de repugnância ao mau hálito que eles acreditam ter, o que na grande maioria das vezes não corresponde à realidade. 9
Muitos desses pacientes também têm sintomas típicos de ansiedade social, o que torna o seu dia a dia ainda mais desgastante, chegando a pensar em mau hálito várias vezes ao dia.
Para diagnosticar essas consequências psicológicas e os sintomas típicos da ansiedade social, também é feita uma investigação detalhada na anamnese enviada pelo WhatsApp, que o paciente responderá antes da primeira consulta.
O tratamento dessas consequências é tão importante que são dedicados os primeiros 30 minutos da consulta inicial somente para explicar em detalhes, por meio de uma aula com slides projetados na TV, a importância de tratar a segurança dos pacientes, ensinando de onde vem o mau hálito, quais as principais causas e como proceder em caso de alteração do hálito após o início do tratamento, que é uma possibilidade remota de ocorrer, se o tratamento for seguido à risca. 4,9-11
Temos um protocolo exclusivo para tratar a segurança dos pacientes, fruto de anos de pesquisas do Dr. Maurício Conceição, proprietário da Clínica Halitus, mestre em Psicologia e autor do livro “Bom Hálito e Segurança! Metas Essenciais no Tratamento da Halitose”.4,9-11
Para tratar a segurança dos pacientes é ideal que este venha acompanhado na primeira consulta, ou que pelo menos tenha alguém de confiança (que chamamos de confidente) que possa monitorar o seu hálito tratado em casa ou no trabalho. Por meio da repetição de resultados de um hálito normal, tanto nas checagens com o confidente como nos retornos na clínica por 3 a 4 meses, é esperado que o paciente recupere sua segurança, espontaneidade e uma boa autoestima, o que ocorre em cerca de 98% dos casos.4,9-11
Só iniciamos o tratamento da segurança do paciente com um confidente após o hálito estar totalmente normalizado, o que ocorre já no primeiro retorno, após 14 dias em média, dependendo da dificuldade de cada caso. São exceções casos de ânsia excessiva ou língua presa, por exemplo, que dificultam a limpeza do fundo da língua. Nesses casos os melhores resultados podem demorar um pouco mais, e procedimentos extras podem ser necessários.
Entretanto, em cerca de 2% dos casos o paciente ainda permanece inseguro, apesar dos resultados de um hálito normal, sendo necessário que o paciente seja encaminhado para tratamento psicológico e as vezes psiquiátrico, pois são casos de uma maior complexidade em relação à parte psicológica.
IMPORTANTE: diferente de outros tratamentos odontológicos, o tratamento da halitose só terá resultados se o paciente seguir à risca todas as recomendações. Afinal, é ele quem terá de executar diariamente tudo o que foi ensinado para conquistar e manter um hálito agradável e, a seguir, conferir os resultados com um confidente e nos retornos na clínica por diversas semanas, o que lhe possibilitará recuperar sua segurança, espontaneidade e uma boa autoestima.
Dessa forma, e atendendo ao Código de Ética Odontológica, é elaborado um contrato com o paciente em que informamos todos os detalhes do tratamento, como os riscos, vantagens, limites, chances de êxito, as situações que requerem o encaminhamento do paciente para outros profissionais, uma cláusula de desistência, bem como o diagnóstico, causas, prognóstico, número de consultas e uma descrição detalhada sobre o que será feito em cada uma delas, além dos honorários profissionais e formas de pagamento. Esse contrato será lido pelo(a) dentista junto ao paciente ou seu responsável legal, para que ele não tenha dúvidas e, estando ambos de acordo, o assinarão para assim dar início ao tratamento.
Para saber mais como é feito o tratamento do hálito e da segurança dos pacientes na Clínica Halitus, leia essa matéria publicada no Portal Terra, clicando no link https://bit.ly/Tratamento-Clinica-Halitus
Referências às pesquisas e métodos citados nessa página:
- Seemann R, Bizhang M, Djamchidi C, Kage A, Nachnani S. The proportion of pseudo-halitosis patients in a multidisciplinary breath malodour consultation. Int Dent J. 2006 Apr;56(2):77-81. doi: 10.1111/j.1875-595x.2006.tb00077.x. PMID: 16620035.
- Quirynen M, Dadamio J, Van den Velde S, De Smit M, Dekeyser C, Van Tornout M, Vandekerckhove B. Characteristics of 2000 patients who visited a halitosis clinic. J Clin Periodontol. 2009 Nov;36(11):970-5. doi: 10.1111/j.1600-051X.2009.01478.x. Epub 2009 Oct 6. PMID: 19811581.
- Zürcher A, Filippi A. Findings, diagnoses and results of a halitosis clinic over a seven year period. Schweiz Monatsschr Zahnmed. 2012;122(3):205-16. English, German. PMID: 22418723.
- Conceição MD, Giudice FS, Carvalho LF. Desenvolvimento e aplicação clínica de um Protocolo para Tratamento das Consequências da Halitose [Mestrado]. Itatiba: Universidade São Francisco; 2016 (enviado para publicação).
- Conceicao MD, Marocchio LS, Tarzia O. Evaluation of a new mouthwash on caseous formation. Brazilian journal of otorhinolaryngology. 2008;74(1):61-7.
- Conceição MD, Marocchio LS, Fagundes RL. Uma nova técnica de limpeza da língua. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2006;59(6):465-70.
- Marocchio LS, Conceição MD, Tárzia O. Remoção da saburra língual: Comparação da eficiência de 03 técnicas. Rev Gau Odontol. 2009;57(4):443-8.
- Conceição MD, Marocchio LS, Fagundes RL. Técnica de sialometria para uso na prática clínica diária. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2006;60(5):350-4
- Conceição MD. Bom Hálito e Segurança! Metas Essenciais no Tratamento da Halitose. 1 ed. Campinas – SP. Arte em Livros; 2013.
- Conceicao, M., Giudice, F. & Carvalho, L. The Halitosis Consequences Inventory: psychometric properties and relationship with social anxiety disorder. BDJ Open 4, 18002 (2018). https://doi.org/10.1038/bdjopen.2018.2
- Conceicao M, Marocchio L, Giudice F. Diagnostic Technique for Assessing Halitosis Origin Using Oral and Nasal Organoleptic Tests, Including Safety Measures Post Covid-19. J Dent Oral Sci. 2020;2(4):1-19. DOI: https://doi.org/10.37191/Mapsci-2582-3736-2(4)-049